Confiança e Esperança - Informativo Ministerial


Informativo Ministerial - Julho/2012

Quatro meses em São Paulo. Confiar no Senhor é o que mais aprendi nesses últimos meses. Ao passar os dias me descubro mais missionária, foi na ABU que aprendi o que significava missão integral, no meu dia a dia esse conceito tem se tornado cada vez mais relevante.

Você provavelmente já deve ter passado por algumas mudanças radicais na sua vida, de estar longe da família e amigos queridos para viver uma nova vida, uma nova vocação, por trabalho ou estudo. Você deve me entender bem. Ser missionária em uma cidade tão pluralista, me ensina muito sobre o que é viver com integralidade.

Além do meu trabalho ministerial com a ABUB, desde que cheguei tive a oportunidade de dividir um teto e lidar com pessoas que são bem diferentes de mim, em suas histórias e personalidades, tenho pedido sabedoria de Deus para que eu seja instrumento dEle no lugar onde estou morando.

Algumas dificuldades pessoais me fazem refletir sobre como tudo que vivemos é tão passageiro, tudo é tão transitório. Tenho lembrado sempre que Cristo é meu Senhor, nas alegrias, nas dificuldades, nas indecisões, nos desafios, nos meus fracassos e minhas vitórias, percebo mais que somente nEle está seguro minha vida. Aleluia!

É entendendo isso que sigo caminhando no caminho da vocação na missão estudantil. Tem sido muito gratificante e desafiador trabalhar na área de mobilização de recursos, nossa equipe aqui do escritório tem planejado e avaliado nosso modo de trabalho, dado suporte a grupos e obreiros e cuidando dos nossos recursos financeiros. Tenho a alegria de ser acompanhada pela Giovanna Amaral, nossa assessora de comunicação. Pouco a pouco estou desenvolvendo melhor meu trabalho com ajuda dela.

Os desafios são enormes, mas acreditamos muito nesse trabalho como uma meio de desenvolvimento da organização. Temos o sonho de alcançar nossa sustentabilidade, ter mais obreiros e viabilizar a missão em mais cidades do Brasil.

ATIVIDADES

No mês de junho participei do meu primeiro Curso de Obreiros,  um encontro com todos os obreiros e que acontece duas vezes ao ano. Estudamos o livro de Tiago, avaliamos, planejamos, refletimos sobre nossa vida ministerial, trabalho de campo  e contamos com a presença do Ricardo Wesley, missionário no CBU (ABU do Uruguai).

Logo depois aconteceu o Congresso Nacional da ABUB, participaram cerca de 200 pessoas. Foi um tempo precioso com estudantes de vários lugares do Brasil, revi queridos amigos da Região Norte. E como fazia muito frio, eles estavam todos "virando picolé" no congresso...rs (veja a foto ao lado).

Em junho também tive a oportunidade de participar de um encontro de antigos ABUensses de São Paulo da década de 70 e 80. Foi revigorante ouvir os testemunhos, desde o processo de conversão, ainda quando estudantes, até o discipulado na ABU e vida pós universidade. Todos se sentiam muito gratos a Deus e diziam: "Como vale a pena seguir e amar nosso Senhor Jesus Cristo!". Muitos deles conheceram os primeiros missionários que trabalharam na ABUB.

Agradecimentos:
- Agradeço a Deus pelo cuidado dele com minha vida através de várias pessoas aqui em São Paulo. É incrível perceber em pequenos detalhes o cuidado dele;
- Agradeço a Ele pelo tempo precioso da visita da minha amiga Adda Cutrim no início de Junho e minha prima Helines Sousa no início de Julho;
- Pela minha moradia e minha amiga de quarto, Millenne. Ela tem sido uma companheira de oração;
- Pelas aulas de violoncelo na escola do estado, o EMESP.

Pedidos de Oração:
- Pelo meu sustento. Esse mês estarei buscando alguns doadores para meu ministério;
- Pela minha participação no Curso de Férias da Região Norte e visita a família e igreja em Imperatriz no final de Julho;
- Pela minha saúde;
- Por sabedoria para lidar com o tempo e as minhas muitas prioridades de trabalho.


Veja a versão desse informativo em outro formato. Clique aqui.

Alteridade

És o diverso de mim
És o começo sem fim
És calmaria e tufão
És claro dia e vulcão

És tão distinto e igual
És o completo, parcial
Raio cortante, trovão
Pleno silêncio e canção

Vibração, e ação
Tudo aquilo que não sou
Tudo aquilo que passou
Tudo aquilo que virá
E será

És a palavra final

O primeiro sinal
De que virá amanhã
De que haverá amanhã
És colorido, balãoÉs a dureza do chão
Toda a leveza de amar
Todo o medir e pesar

E soltar, e saltar
Ttudo aquilo que não sou
Tudo aquilo que passou
Tudo aquilo que virá
E será


Música de Gladir Cabral

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Tempo assim é de aproveitar também



Nos vais e vens da saudade, boa música e poesia para sentir o coração.

Vem me acompanhar de perto,
e amanhecer chovendo o dia.
No silêncio, na demora,
quem nunca provou da sua companhia?
Vem na falta que me faz,
no perfume na canção.
Chega assim sem avisar.
Só da trégua quando eu te encontrar.

Até lá, nem quando, nem onde,
fecho os olhos suas cores vem.
Desde sempre te ouço dizer,
tempo assim é de aproveitar também.



Paulo Nazareth

Informativo Ministerial - Abril


Já faz um mês e meio que moro em São Paulo. Durante esse tempo tenho refletido muito sobre meu propósito de estar vivendo aqui. Recordo que em minhas orações, pouco antes de terminar a universidade, expressava a

Deus minha vontade de trabalhar em uma organização missionária que fosse relevante no estabelecimento do seu Reino e que trabalhasse com uma visão estratégica. Quando saio para casa, depois do trabalho, lembro-me sempre disso e meu coração salta de alegria, sei que estou aqui pela vontade de Deus e me sinto privilegiada por isso. É maravilhoso!

Como parte da adaptação a cidade, sinto-me só. Recordo sempre da família, dos queridos amigos da ABU Imperatriz e dos irmãos da minha igreja local. Sinto muita falta da familiaridade. Ao mesmo tempo sou fortalecida com palavras de ânimo singelas e encorajadoras de alguns amigos, com o convívio com o pessoal do escritório e com nossas manhãs devocionais. Sinto sempre a necessidade de estar em sintonia com o Senhor para recordar o sentido pelo qual estou aqui e não estreitar a visão dos meus sonhos e propósitos.


Desenvolvendo meu trabalho
Aos poucos meu trabalho mostra-me que é ainda maior e desafiador. Trabalho na equipe nacional da missão, com o ministério específico de mobilização de recursos, um trabalho muito estratégico para o desenvolvimento e sustentabilidade da missão. Percebo nitidamente o Senhor nos sustentando e nos chamando a confiar nele.

Durante esse um mês e meio, iniciei o acompanhamento dos obreiros novos e atuais e lideranças estudantis regionais (para a área de mobilização de recursos), e o relacionamento com os doadores da ABUB.  Reuni-me também com a secretaria executiva e o obreiro Fernando Costa,  em uma campanha de fortalecimento da missão na Região Norte. Graças a Deus por esse tempo!

Tempo de solitude!

Estive meio nostálgica depois da experiência na Polônia. Estar fora do meu país realmente é uma experiência interessante. Muitas vezes me sentia como um bebê, meia incompreendida, mas feliz por estar vivenciando tantas coisas novas, desdes os mais singelos atos, ao caminhar, ao conversar, ao trocar dinheiro, ao adaptar-se ao fuso horário. Tudo era novidade! Ao olhar as fotos me vinha a mente tudo que vivenciei, os amigos que fiz, a tentativa de falar portuñol, a tentativa de expressar-me em inglês, o cansaço, o medo, a confiança, os sorrisos, as companhias, as diferenças, o partir do pão na ceia, as culturas, a paciência das pessoas, a gentiliza dos estudantes poloneses anfitriões do evento, as conversas do coração, a música, a invasão dos latinos a uma casa de café, a viagem pós polônia.... eu não pararia por aqui!
Foi lindo passar o aniversário na Polônia. Os amigos brasileiros cantaram "parabéns" pra mim na virada do dia, sai com um grupo grande de latinos de vários países, e na tentativa de fazer amigos até constrangi um amigo que descobriu que eu estava fazendo aniversário naquele dia. No entardecer do dia eu estava na praça central de Cracóvia observando os turistas, os pombos e as crianças, e sentir o vento e o clima daquele lugar foi totalmente nostálgico, só tinha que agradecer a Deus pelos lugares que eu estava caminhando.
O mais complicado foi tentar compartilhar tudo isso ao chegar em casa. Eu sabia que para conseguir digerir tudo, me custaria tempo. Minha sensação é que eu precisava aprender mais, muito mais! Despertei mais meu espírito de aprendiz. Eu precisava parar, parar para me escutar e entender o que eu deveria aprender. Foi um tempo inesquecível!
Depois da minha dedicação em tentar compartilhar o que estive aprendendo, passei a me dedicar integralmente a projeto de monografia. Foi muito difícil encontrar um tema que eu gostasse e que eu achasse que realmente fosse relevante para minha profissão e para o Reino.
Muita coisa do meu curso não fiz com tanta disposição como eu deveria fazer, mas sabia que a monografia era algo tão único que deveria ser do meu jeito. Estudando, encontrei um assunto interessante sobre "Redes", me aprofundei bastante no assunto e me apaixonei! Totalmente atípico, instigante, desafiador, mas empolgante e atual! Estudei a teoria de redes, li livros, muito artigos e vi vídeos, mas durante todo o desenvolvimento me sentia em meio a uma selva, onde eu deveria desvendar caminhos, passar por alguns lugares várias vezes para entender os caminhos e mapear o lugar.
Me senti muito só durante esse caminho, até entender que meu estudo se encaixava em uma experiência anterior, uma campanha de combate a corrupção "O que você tem a ver com a corrupção?" que foi desenvolvida pelo Ministério Público, essa experiência foi fantástica! Os promotores que tomaram a frente da campanha tem uma visão que poucos cristãos tem. Assim fiz o estudo de caso da campanha.
Na mesma época em que eu intensifiquei o estudo, eu perdi o emprego no estágio que fazia pela universidade. O estágio me garantia algum dinheiro e financiava boa parte das minhas viagens da ABU. Perder o estágio ao mesmo tempo me ajudou a dispor mais tempo para a monografia, e a entender meu tempo de solitude.
Esse foi o tempo de estar só, de ter solitude e de aprender a estar concentrada. Bem, o resultado desse tempo foi um grande exercício de estar em silêncio, mais quieta, e de estar mais disposta para concentrar-me nos estudos e na reflexão. Esse tempo realmente foi importante. Trouxe a tona muitos questionamentos, não somente por causa do fim do curso,de uma etapa de escolhas sobre como eu iria prosseguir minha vida após a universidade, mas também de como eu estava dirigindo minha vida, e de que forma eu estava nutrindo minhas raízes nesse tempo de preparação e de que forma eu deveria me preparar. Foi doloroso, mas pude encarar meus medos, meus defeitos, meus pecados, meus temores.
Descobri ainda que somos mais capazes do que imaginamos quando nos propomos a viver uma vida pelo Reino de Deus, que o esforço é recompensador quando canalizamos para o propósito certo! E que mesmo que pareça que estamos na contra-mão de tudo, mas quando temos a convicção sobre a maneira que queremos viver e nos concentramos no propósito do nosso chamado maior, lutando incansavelmente, enxergaremos os bons frutos na frente.

Um super resumo do que vivi na Polônia!







“Ele recebeu autoridade, glória e o reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído.” Daniel 7:14



Senti como se eu estivesse em um pedaço do céu. E essa sensação se prolongou em vários momentos na Assembleia Mundial da IFES na Polônia. Juntos – mais de 150 nações – cantávamos em uma só voz “Holy, Holy, Lord God Almighty ...  all the saints adore Thee” (Santo, Santo, Senhor Deus Poderoso... todos os santos te adoram). Confesso a vocês que esses momentos de louvor foram muito significativos para mim e, sem dúvidas, acrescentou a minha fé.
A Assembleia Mundial da Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos (sigla IFES, em inglês) aconteceu no período de 26 de julho a 03 de agosto, em Cracóvia, na Polônia. Esse país é muito marcado pela Segunda Guerra Mundial; sua história parece muito viva enquanto andávamos pelas ruas de Cracóvia. 
Próximo à cidade ainda é conservado um grupo de campos de concentração e extermínio chamado Auschwitz-Birkenau, onde morreram de um milhão à um milhão de meio de pessoas. Lá encontramos a triste memória dos horrores da maldade dos homens. 
Minha amiga Jessica Grant descreveu muito bem algumas partes visitadas na Polônia: “... ao ver cada prédio destruído aprendi a ver que aquilo era um pedaço da história. Polônia não é um turismo "cool". Não é tipo: ‘Oba, olha lá a Tour Eiffel ou a Estátua da Liberdade, ah que divertido’. É mais algo como: ‘Veja só, um símbolo da lembrança da maldade humana’, a prova de até quais pontos ela pode chegar. Horrível, mas humanizador”.
 E nesse cenário polonês senti o contraste e o paradoxo da vivência e autenticidade da fé cristã. Ouvi histórias e conheci pessoas que me fizeram abrir ainda mais meus olhos ao que Deus está fazendo na história da humanidade, como ele age por meio do tempo, cultura e pessoas para restaurar consigo a humanidade caída. 




CONHECENDO CULTURAS
Tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas diferentes. Mesmo com algumas dificuldades de comunicação, estávamos alegres em viver por alguns dias em uma grande comunidade rica em culturas, histórias e vivências diferentes. Pessoas com o pontinho vermelho no crachá nos avisavam que não devíamos divulgar suas imagens na internet: eram pessoas especiais que moravam em países sem liberdade religiosa. 
Pude perceber que os problemas e a vida dos países na América Latina são muito semelhantes. No final de cada reflexão bíblica pela manhã, nos reuníamos em grupos pequenos para compartilhar e refletir juntos o que estávamos aprendendo. No meu grupo havia pessoas da Argentina, Panamá, Inglaterra, México, Costa Rica e Uruguai.


PENSAMOS JUNTOS...
Na Assembleia tivemos uma delegação de doze brasileiros: oito estudantes, uma profissional e três obreiros. Eu e outros estudantes chegamos para um pré-encontro onde nos reunimos e discutimos temas desafiantes e que depois foram expostos em fóruns. 
Algumas das reflexões foram: Porque estudantes cristãos perdem sua fé no ambiente estudantil? Como compartilhar sua fé em um país que perseguem cristãos?. Discutimos sobre as principais correntes de pensamentos, ideias ou cosmovisão da universidade que diferem, vão contra, ou desafiam a cosmovisão cristã (relativismo moral, o evolucionismo, o pluralismo, etc.), bem como a compreensão do estudante cristão a respeito da homossexualidade.
 Outras questões foram: que aspectos da cultura inibem ou ajudam na propagação do Evangelho? Que influência temos nas políticas estudantis? Como a prática social nos faz parte da nossa evangelização? Esses entre muitos outros que desafiam nossa identidade cristã na universidade.

Uma questão muito interessante levantada como uma consulta na Assembleia foi sobre o estudo da Bíblia entre os jovens cristãos. O objetivo era ajudar a construir um engajamento relevante com as Escrituras, confiando no poder da Palavra de Deus dentro de culturas dos movimentos e desenvolver novas abordagens que ajudarão esta geração de estudantes a se interessar e serem atraídos pelas Escrituras, aprenderem a se aprofundar na Palavra de Deus, e se tornarem firmemente enraizados em Cristo.
Participei também de alguns fóruns como a “A arte no ministério estudantil”, que nos ajudou a repensar como esta nos ajuda na comunicação e na compreensão do evangelho; o outro fórum foi o “Criando discípulos para toda vida”, onde compartilharam ideias do trabalho da IFES com profissionais na Europa. Os profissionais ajudam os estudantes e recém-graduados, por meio de mentoria, a entenderem como sua profissão é relevante na construção do Reino de Deus, ajudando-os a entenderem sua vocação e mostrando formas práticas do engajamento cristão no ambiente profissional. 
Muito mais tenho para compartilhar com vocês; ainda estou digerindo toda a experiência. A sensação é que tenho muito a aprender e a caminhar, e este é só o começo dessa caminhada. São muitos os desafios, mas estou feliz por entender que Deus é o principal autor dessa história e eu sou uma serva que está inteiramente à disposição na construção do seu Reino.


AGRADECIMENTOS
Esta experiência não poderia acontecer se não fosse pela boa dádiva da graça de Deus, que me fez perceber seu agir nos mínimos detalhes da preparação dessa viagem, provendo de forma inesperada tudo que faltava.
Agradeço aos irmãos que estiveram em oração durante esse tempo. À minha igreja local e ao pastor Antonio Carlos, no bairro Boca da Mata; aos amigos do ministério da ABU, em especial na Região Norte.
E um agradecimento especial ao grande apoio dado pelo pastor Raul Cavalcante, presidente da Assembleia de Deus em Imperatriz/MA e ao Joceli da Fonseca.
Aos meus pais que me apoiaram e me ajudaram em tudo; a boa parte dos meus familiares, que me apoiaram financeiramente e me receberam em suas casas: aos primos Raphael Silva e tia Vera, Helines Sousa e esposo, Helaine Cristina e tia Neide Sousa, Marcos Alencar e tio Neemias Alencar e tia Olindina Sá.
Aos amigos da ABU que também entram nessa lista: Thaysa Farias, Jessica Grant, Jobson Lyrio e os queridos assessores Tim e Joyce Keliher. À Caroline Batista e Eduardo Oliveira, por me ajudarem com a ideia e revisão dos textos dos informativos. Obrigada a todos que me apoiaram direta e indiretamente, pois seriam muitos nomes escritos aqui.

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