No ônibus

              Dentro da rotina nossa vida fica monotona e chata, sempre achei que é necessário olhar além da situação, do professor que dar aulas, do vendedor de lanche, do açougueiro, do padeiro, do gari, do motorista, de todas as situações e pessoas que compõe essa rotina, é legal observar, muitas vezes elas nem percebem o valor que elas têm e nem nós!
              Acredito também que não percebemos que tipos de marcas deixamos na história das pessoas, não sabemos em que encaixe nesse grande quebra-cabeça da vida as pessoas realmente se encaixam e se tornam tão importantes.
             Ele estava ali, na minha frente, fiquei muito surpresa ao subir no onibus e me deparar com o sorriso dele, em resposta eu rir e me desculpei por estar tão destraída e não ter notado sua pessoa, é... geralmente estou sempre assim, aquele menino cresceu tanto! Quando criança dei aulas pra ele na Escola Biblica Dominical na Igreja que congrego, comecei a carreira como professora muito cedo e por consequência pude acompanhar o desenvolvimento de muitas crianças ali, aquele menino em especial não teria como esquecê-lo pois ao mesmo tempo que ele era muito inteligente eu o achava chatinho, as vezes sinto que ele se apegou a mim. Ao subir naquele ônibus hoje o sorriso dele me respondeu alguns questionamento e me despertou outros, ele era o cobrador do onibus em que por acaso havia pegado para voltar pra casa, eu não costumo pegar ônibus, ando bastante de moto! Mas se minha moto não tivesse com problema e nem meu pai não ter percebido o celular tocar hoje, pois ele ia me buscar na universidade, provalmente eu não teria encontrado meu ex-aluno que há muito tempo eu não o via.
               O que mais me encanta é que muitas vezes não temos noção de como marcamos a vida de uma pessoa, principalmente quando crianças. Minhas atitudes hoje a cada dia me parecem muito significativas. Minha timidez é um impercílio de viver plenamente isso, até demorei para falar com o rapaz novamente agora tão jovem, para convidá-lo a voltar a nossa igreja e dizer que senti sua falta, espero que eu melhore com um tempo.
              Nunca deveriamos ter vergonha de oferecer um sorriso, perguntar sobre a vida das pessoas e fazer-lhes um convite para que não desapareça, sinto muita vontade de fazer isso com todos que estão ao meu redor, mas ainda sinto uma timidez muito grande. Oro pra que Deus me ajude no meu tratar com as pessoas, principalmente as mais humildes, sei que estou melhorando.. sei que estou...

O outro lado do mundo presente - Cultura Árabe

Sempre fui bem tímida, principalmente para começar alguma conversa com alguem desconhecido, isso é um processo pra mim, até eu me sentir a vontade e me abrir. Hoje fiquei até mais tarde na universidade conversando com meus amigos Larissa e Hermenildo, puxamos altos papos, foi divertido, até que tocamos no assunto dos árabes, eu realmente não sei como fomos parar nesse assunto!

Hermenildo nos contou que conheceu uns egípicios que eram missionários, e o tradutor lhe deu um livrinho com trechos da bíblia em Árabe, você sabe né, a gente lê de trás pra frente, super anormal e interessante ao mesmo tempo! Quando vi o livrinho, logo lembrei da esfiharia árabe que fica próximo a universidade, é uma pequena lanchonete que vende comidas árabes, onde os donos são descedentes de árabes, chegamos a frequentar algumas vezes lá.

Ao sair da universidade fomos direto para lá e já estavam fechando! O legal é que foi uma ótima oportunidade de conversar com o dono da esfiharia, fora perfeito para inicarmos uma conversa, logo depois o irmão dele se juntou a conversa e eles então nos contaram sobre a cultura deles e sobre todas os conflitos que existem no Líbano, da qual eles são descedentes. Eu tinha a impressão que eles eram mais fechados, mas me enganei!

Estou surpreendida! Como é interessante conhecer outras culturas, conhecer seus conflitos, história e sua forma de ver o mundo, senti o outro lado do mundo presente naquele momento através das histórias daqueles dois homens.

Descobri que:
 - Eles acham que os cristãos e judeus tem uma interpretação da história de Ismael, filho de Abraão, distorcida;
 - Eles odeiam os Estados Unidos, e não gostam de Israel por terem invadido as terras deles;
 - Quando Israel voltou àquele pedacinho de terra uma tia deles teve que abandonar tudo porque fora expulsa de sua terra, e então ela veio para o Brasil;
 - Existem várias interpretações do alcorão, assim como os cristãos tem da Bíblia e tem suas várias linhas de pensamento;
 - As mulheres nas terras árabes nem sempre usam aquelas roupas de cobrirssem da cabeças aos pés, usam roupas normais como as do ocidental mas não de forma vulgar;
 - Eles tem grande respeito as mulheres e aos anciãos;
 - Os anciãos furma um cigarro árabe sentados na porta de casa;
 - Os grupos radicais são formados por civis, vizinhos aqui e outro lá que possuem armas e fazem armas caseiras para se defender dos ataques dos Estados Unidos e defender suas terras;
 - O grupo dos Xiitas são grupos com uma visão do Alcorão super radicais;
 - É piada pra eles ouvir dizer que a mídia diz para nós que eles se matam para se encontrarem com as vinte virgens no céu;
 - A situação de guerra, a pobreza, e o desrepeito são fatores que influenciam nos radicalismos dos grupos aramados;
 - Há muitas semelhanças em relação aos valores da família e do respeito entre os mulçumanos e cristãos.

Foram muitas descobertas numa noite e eu não poderia de registrar o que pude ouvir, o engraçado é que eles sempre visitam sua terra, mas não conseguem ler a língua deles, analfabetos? ..rsrs Brasileiros! Deve ser muito difícil mesmo ler aqueles rabiscos!

Blog parado